A mastalgia atinge
cerca de 70% das mulheres no mundo. Apesar de ser um incômodo tão comum, suas
causas não são tão conhecidas pela população. “O medo do câncer é o principal
motivo que leva a mulher a procurar um médico e não propriamente o incômodo da
dor”, observa a mastologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de
Mastologia – Regional Minas Gerais, Annamaria Massahud. No entanto, não é raro
a dor mamária interferir nas atividades do dia a dia como, trabalho, atividade
sexual e até no sono.
A dor e sensibilidade
na mama podem ir e vir com a menstruação (cíclicas) ou pode não seguir qualquer
padrão (não-cíclicas). A dor na mama cíclica é o tipo mais comum. Ela pode ser
resultado das variações hormonais e geralmente ocorre em ambas as mamas, sendo
descrita como um peso ou dor que irradia para a axila e braço todos os meses. A
dor costuma ser mais intensa antes da menstruação e, muitas vezes, alivia
quando um período termina. É mais comum na juventude, podendo desaparecer após
a menopausa ou, mesmo sem tratamento, em qualquer fase da vida.
A dor na mama não
cíclica é mais incidente em mulheres entre os 30 a 50 anos de idade, podendo
ocorrer em apenas uma das mamas. É muitas vezes descrita como uma dor aguda ou
uma queimação que atinge uma área de uma mama. Ocasionalmente, a dor não
cíclica pode ser provocada por um fibroadenoma ou um cisto. Uma vez encontrada
a causa do sintoma, o tratamento para alívio da dor pode ser iniciado.
Causas
Às vezes, não é possível identificar a causa exata da
mastalgia. Os fatores que contribuem para a formação do quadro podem incluir
uma ou mais das seguintes opções:
Hormônios reprodutivos - A dor cíclica na mama parece ter
uma forte ligação com os hormônios reprodutivos e ciclo menstrual. Justamente
por isso, a dor muitas vezes desaparece durante a gravidez ou após a menopausa.
Em alguns casos, o uso de anticoncepcionais também pode amenizar a dor mamária
relacionada ao ciclo menstrual.
Composição da mama – A dor na mama não cíclica é resultado,
muitas vezes, de condições que afetam a composição mamária, tais como cistos,
trauma, cirurgia ou outros fatores localizados no peito. A dor mamária também
pode iniciar na parede torácica, músculos, articulações ou coração e irradiar
para o peito.
Desequilíbrio de ácidos graxos - Um desequilíbrio de ácidos
graxos dentro das células pode afetar a sensibilidade do tecido mamário e nas
taxas de hormônios circulantes, causando a dor.
Uso de medicação - Certos medicamentos hormonais, incluindo
alguns tratamentos de infertilidade e pílulas anticoncepcionais orais, podem
estar associados com essa dor. Além
disso, sensibilidade nos seios é um possível efeito colateral da terapia
hormonal com estrogênio e progesterona.
Tamanho das mamas - Mulheres com mamas grandes podem
apresentar dor no peito, não cíclica, além de dores no pescoço, nos ombros e
nas costas em razão desse volume.
Cirurgia da mama - Em alguns casos, uma cirurgia realizada
na mama pode causar dor durante a recuperação, enquanto as incisões estão em
processo de cicatrização.
Além disso,
atividades físicas também podem provocar dor mamária. Nesse caso, o uso de um
sutiã próprio para as práticas esportivas é o mais recomendado para prevenção
da mastalgia e, em alguns casos, é parte do tratamento para o alívio das dores.
Alterações nos medicamentos de que a paciente faz uso e estresse também podem
causar dores na região.
Dor nas mamas é um sintoma de câncer de mama?
Mamas fibrocísticas e dores não significam que a pessoa tem
maior risco de desenvolvimento do câncer de mama. No entanto, a consulta médica
é necessária quando:
- A dor é constante ao longo do mês, isto é, sem flutuações
no nível de dor, e localizada em apenas uma área do peito;
- A pessoa deseja buscar tratamentos para a dor mamária, que
está incomodando;
- A dor persistir após o tratamento indicado pelo médico;
- Em caso de cirurgia na mama, sentir dores além do tempo
indicado pelo médico como normal da recuperação.
Na consulta, o
médico fará o exame clínico da mama e avaliará a necessidade de investigar a
causa da mastalgia, podendo solicitar exames como a mamografia,
ultrassonografia ou biópsia por agulha para o diagnóstico. Em alguns casos, não
é necessário nenhum exame para identificação da causa, bem como para tratá-la.
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