segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Porque ocorre a prisão de ventre


   A constipação intestinal acontece quando os movimentos do intestino tornam-se difíceis ou menos frequentes e as fezes muito ressecadas, exigindo um esforço muito grande na hora de evacuar. O quadro é comumente associado à sensação de cólica e desconforto e ainda podem incluir inchaço, dores abdominais e vômitos. Mulheres e pessoas acima dos 65 anos são mais propensas ao transtorno.

  A conhecida ‘prisão de ventre’ não é definida necessariamente pelo número de vezes que a pessoa vai ao banheiro, já que o período entre as evacuações varia em cada organismo, mas pela ocorrência de desconforto. Assim, algumas evacuam todos os dias, mas sofrem de constipação por apresentar dificuldades nesse processo ou por ter a sensação de que a eliminação não é suficiente.

  É considerado constipado aquele que apresenta dois ou mais dos seguintes sintomas por pelo menos três meses:
- Esforço durante a evacuação
- Fezes mais duras do que o normal
- Evacuação incompleta
- Duas ou menos evacuações por semana

   Alguns hábitos e estilos de vida podem dificultar os movimentos peristálticos (intestinais), tais como:

- Ingestão de água ou fibras insuficientes;
- Ingestão excessiva de produtos lácteos;
- Interrupção de uma dieta regular ou de rotina, em decorrência de viagens, por exemplo;
- Sedentarismo, estresse e depressão;
- Resistir ao impulso de defecar, o que às vezes provoca a dor de hemorroidas;
- Uso excessivo de laxantes que, ao longo do tempo, enfraquecem os músculos do intestino;
- Medicamentos antiácidos que tenham cálcio ou alumínio na composição, sedativos e narcóticos, além dos de controle da pressão arterial;
- Transtornos alimentares, como a síndrome do intestino irritável.

Tratamentos
   Na maioria dos casos, mudanças na alimentação e no estilo de vida são suficientes para solução do transtorno. No entanto, em alguns casos, tratamentos mais específicos podem ser necessários, tais como:

Laxantes
   Indicado para situações isoladas, como quando o paciente está há cerca de uma semana constipado.  É imprescindível que seu uso seja feito sob a prescrição médica sempre, uma vez que o quadro clínico pode ser mais grave do que se pensa e o medicamento camuflar sintomas.
   Em alguns casos, o uso de laxantes pode preceder lavagem intestinal. Quando a constipação é intensa, o médico irá receitar o laxante como medida paliativa, visando a apenas aliviar o intestino. Em outras palavras, apesar de ser um medicamento, este não consiste em tratamento.
   O uso excessivo de laxante pode causar inflamação intestinal, dependência, diminuição na absorção de vitaminas e água pelo corpo, além de distúrbios hidroeletrolíticos.

Cirurgia

   A cirurgia pode ser uma opção para os pacientes que já tentaram outros tratamentos e não tiveram resultados ou quando a constipação crônica é causada por retocele, fissura anal, estenose ou câncer. A remoção do cólon raramente é necessária.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

A importância da Fisioterapia Neurológica para quem recomeça a vida


   A Fisioterapia Neurológica ou neurofuncional atua nos transtornos que acometem o sistema nervoso central ou periférico, levando a distúrbios neurológicos, motores e cognitivos.  Seu principal objetivo é avaliar os déficits funcionais e, através de exercícios direcionados, restaurar funções como a coordenação motora, o equilíbrio, a força e os demais movimentos.

   Entre as causas mais comuns em que essa reabilitação é acionada estão: a paralisia cerebral, a esclerose múltipla, o acidente vascular encefálico (ou derrame cerebral, conhecido popularmente como AVC), o Mal de Parkinson e de Alzheimer, o traumatismo crânio encefálico decorrente de acidentes e os traumas em geral.

   Pessoas que tiveram AVC e ficaram hemiplégicas, isto é, com um dos lados do corpo paralisado, devem começar as sessões de fisioterapia ainda no hospital para trabalhar posicionamentos que estimulem o cérebro a reorganizar melhor as informações. Nesses casos, o trabalho fisioterápico busca ensinar movimentos que ajudem o paciente a ficar sentado ou em pé, a jogar o peso de um lado para o outro e a posicionar os ombros. Depois de alcançar a postura adequada, é iniciado o trabalho específico para reabilitação dos movimentos das extremidades (pernas e braços).

   O acompanhamento de um fisioterapeuta capacitado é imprescindível para que sejam fornecidas orientações corretas e esclarecidas ideias equivocadas e que são amplamente divulgadas. Um exemplo disso, e contrariando o que muitos dizem, é a noção de que esse paciente acometido por derrame e que apresente paralisia nas mãos deve apertar uma bolinha para viabilizar o relaxamento. O movimento feito com esse objeto favorece o fechamento manual, ou seja, o que se deve evitar.

   Nesses casos, o ideal é deixar a mão aberta de maneira funcional. Para isso, existem órteses aparentes que ajudam a colocar o membro em posição funcional, estimulando o cérebro até os movimentos voltarem progressivamente.

Como funciona
   A lesão neurológica dificulta o aprendizado e até mesmo a capacidade de entender uma ordem e atendê-la. Como o nível de compreensão varia de um paciente para o outro, o fisioterapeuta precisa considerar todos os aspectos clínicos, embora trabalhe especificamente a parte motora.

   As técnicas são aplicadas em pacientes que apresentam alguma alteração nos seus movimentos ou até mesmo paralisia de um ou mais membros do corpo. É comum este paciente apresentar alterações complexas de movimento e função.

   Para a reabilitação, a fisioterapia neurológica dispõe de vários métodos e recursos específicos, promovendo um tratamento global e individualizado. O paciente é estimulado de forma que consiga restabelecer suas funções acometidas ou reaprender e se adaptar  à sua nova condição, sempre mostrando seu potencial, o que muitas vezes é esquecido até mesmo pelo próprio paciente.
   A atividade atua na prevenção de deformidades e no desenvolvimento das funções preservadas. Assim, o objetivo final é proporcionar maior funcionalidade, independência e melhor qualidade de vida para os pacientes e seus familiares. Para que os parâmetros sejam suavizados ou normalizados, recursos como eletroestimulação, terapias manuais e simuladores de movimento são utilizados.

Os efeitos
   Os resultados ficam condicionados ao grau de acometimento da lesão. Não se pode garantir que a pessoa voltará a andar, porque isso dependerá da evolução de cada caso. Alguns conseguirão andar satisfatoriamente; outros, amparados por muletas ou bengalas e haverá os que necessitarão de cadeiras de rodas. Esses deverão ser orientados no sentido de desenvolver um nível de independência maior, apesar das sequelas. Hoje, se sabe que a reabilitação de pacientes adultos é possível por causa da plasticidade neuronal, isto é a capacidade que o cérebro tem de suprir a função perdida, valendo-se de outras áreas que não atuavam naquela função.

   Antigamente, achava-se que só as crianças tinham plasticidade neuronal, mas está provado que também os neurônios dos adultos podem estabelecer novas conexões, quando estimulados.

   Dessa maneira, utilizando somente a imagem de uma lesão neurológica, é impossível fechar um prognóstico da evolução do paciente. É preciso observar como ele, progressivamente, responde aos estímulos e, quando um deles deixa de surtir efeito, outros devem ser apresentados.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Não ignore as dores nas mamas!

   A mastalgia atinge cerca de 70% das mulheres no mundo. Apesar de ser um incômodo tão comum, suas causas não são tão conhecidas pela população. “O medo do câncer é o principal motivo que leva a mulher a procurar um médico e não propriamente o incômodo da dor”, observa a mastologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Minas Gerais, Annamaria Massahud. No entanto, não é raro a dor mamária interferir nas atividades do dia a dia como, trabalho, atividade sexual e até no sono.

   A dor e sensibilidade na mama podem ir e vir com a menstruação (cíclicas) ou pode não seguir qualquer padrão (não-cíclicas). A dor na mama cíclica é o tipo mais comum. Ela pode ser resultado das variações hormonais e geralmente ocorre em ambas as mamas, sendo descrita como um peso ou dor que irradia para a axila e braço todos os meses. A dor costuma ser mais intensa antes da menstruação e, muitas vezes, alivia quando um período termina. É mais comum na juventude, podendo desaparecer após a menopausa ou, mesmo sem tratamento, em qualquer fase da vida.

   A dor na mama não cíclica é mais incidente em mulheres entre os 30 a 50 anos de idade, podendo ocorrer em apenas uma das mamas. É muitas vezes descrita como uma dor aguda ou uma queimação que atinge uma área de uma mama. Ocasionalmente, a dor não cíclica pode ser provocada por um fibroadenoma ou um cisto. Uma vez encontrada a causa do sintoma, o tratamento para alívio da dor pode ser iniciado.

Causas
   Às vezes, não é possível identificar a causa exata da mastalgia. Os fatores que contribuem para a formação do quadro podem incluir uma ou mais das seguintes opções:

Hormônios reprodutivos - A dor cíclica na mama parece ter uma forte ligação com os hormônios reprodutivos e ciclo menstrual. Justamente por isso, a dor muitas vezes desaparece durante a gravidez ou após a menopausa. Em alguns casos, o uso de anticoncepcionais também pode amenizar a dor mamária relacionada ao ciclo menstrual.
Composição da mama – A dor na mama não cíclica é resultado, muitas vezes, de condições que afetam a composição mamária, tais como cistos, trauma, cirurgia ou outros fatores localizados no peito. A dor mamária também pode iniciar na parede torácica, músculos, articulações ou coração e irradiar para o peito.

Desequilíbrio de ácidos graxos - Um desequilíbrio de ácidos graxos dentro das células pode afetar a sensibilidade do tecido mamário e nas taxas de hormônios circulantes, causando a dor.

Uso de medicação - Certos medicamentos hormonais, incluindo alguns tratamentos de infertilidade e pílulas anticoncepcionais orais, podem estar associados com  essa dor. Além disso, sensibilidade nos seios é um possível efeito colateral da terapia hormonal com estrogênio e progesterona.

Tamanho das mamas - Mulheres com mamas grandes podem apresentar dor no peito, não cíclica, além de dores no pescoço, nos ombros e nas costas em razão desse volume.
Cirurgia da mama - Em alguns casos, uma cirurgia realizada na mama pode causar dor durante a recuperação, enquanto as incisões estão em processo de cicatrização.

   Além disso, atividades físicas também podem provocar dor mamária. Nesse caso, o uso de um sutiã próprio para as práticas esportivas é o mais recomendado para prevenção da mastalgia e, em alguns casos, é parte do tratamento para o alívio das dores. Alterações nos medicamentos de que a paciente faz uso e estresse também podem causar dores na região.

Dor nas mamas é um sintoma de câncer de mama?
   Mamas fibrocísticas e dores não significam que a pessoa tem maior risco de desenvolvimento do câncer de mama. No entanto, a consulta médica é necessária quando:

- A dor é constante ao longo do mês, isto é, sem flutuações no nível de dor, e localizada em apenas uma área do peito;
- A pessoa deseja buscar tratamentos para a dor mamária, que está incomodando;
- A dor persistir após o tratamento indicado pelo médico;
- Em caso de cirurgia na mama, sentir dores além do tempo indicado pelo médico como normal da recuperação.

   Na consulta, o médico fará o exame clínico da mama e avaliará a necessidade de investigar a causa da mastalgia, podendo solicitar exames como a mamografia, ultrassonografia ou biópsia por agulha para o diagnóstico. Em alguns casos, não é necessário nenhum exame para identificação da causa, bem como para tratá-la.

FONTE: MINHAVIDA e UAI