Conquistar músculos
volumosos é o sonho de muitos que pegam pesado nas academias. Para que a
musculação apresente resultados, a paciência é tão necessária quanto a dedicação e a disciplina da pessoa.
Esteroides
anabolizantes se mostram então como alternativa para quem visa efeitos
imediatos. "Devido à dose extra de hormônios, o metabolismo celular
aumenta, surge o inchaço e os exercícios intensos provocam hipertrofia
muscular", afirma a cardiologista Luciana Janot, cardiologista do Hospital
Albert Einstein.
Doses fisiológicas de testosterona e seus
derivados, como aquelas empregadas em homens com hipogonadismo (insuficiência
de produção de testosterona), não exercem os efeitos desejáveis por homens
normais. Por isso, quem abusa de anabolizantes é obrigado a aumentar as doses
para atingir o efeito desejado.
Dosagens mais elevadas provocam ainda
euforia e resistência à fadiga, facilitando a realização de exercícios mais
vigorosos, o que colabora decisivamente para hipertrofia da musculatura. Cabe destacar que, se a pessoa sobrecarrega o peso da
atividade física (motivada também pela ilusão de estar mais forte), poderá ter
lesões. Assim, é importante ter em mente
que os músculos do usuário de anabolizantes não ficaram mais fortes, mas
inchados, uma vez que o aumento das fibras advém do acúmulo de líquidos e não do exercício.
Além disso, o abuso dessas substâncias
provoca distúrbios comportamentais, endócrinos, cardiovasculares, hepáticos e
musculoesqueléticos. Conheça alguns deles:
-
Cardiovasculares - Com a dosagem extra de hormônio circulando na corrente
sanguínea, o músculo cardíaco pode ser vítima de fibroses, devido ao
aceleramento do metabolismo;
-
Câncer hepático - O fígado, por ser responsável pela metabolização de todos os
medicamentos, acaba sendo sobrecarregado com a alta dosagem de hormônio no
corpo e pode falhar - nem sempre as enzimas são suficientes;
-
Colesterol - O endocrinologista Tércio Rocha, da Academia Brasileira, explica
que essa sobrecarga no fígado também pode causar um aumento na produção de
enzimas, o que faz o órgão produz mais colesterol ruim (o LDL) do que o bom
(HDL). Isso ocorre porque a gordura se acumula nas paredes das artérias do
coração e do cérebro - por isso, as veias entupidas podem causar derrame e
acidente vascular (AVC);
-
Problemas de fertilidade no homem – “Com altas doses de hormônio, os testículos
perdem a capacidade de produzir testosterona, efeito que pode ser temporário ou
permanente, dependendo de cada caso", segundo o endocrinologista Filippo
Pedrinola, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A
inibição da testosterona também pode levar à impotência. "Os anabolizantes
provocam bloqueios numa glândula chamada hipófise, que é a glândula que
controla a fabricação de testosterona. Com isso, o homem pode entrar em um
estado chamado de hipogonadismo, ou seja, a falta do hormônio masculino". Nessa situação, há perda ou diminuição do desejo
sexual, além de prejuízo na qualidade e na capacidade de ereção (disfunção
erétil);
- Desequilíbrio hormonal - O excesso de testosterona no
organismo desequilibra o sistema hormonal de homens e mulheres. No caso delas,
há aumento da produção de pelos, engrossamento da voz, aparecimento do pomo de
adão (popularmente conhecido como ‘gogó’) e hipertrofia do clitóris,
dificultando o prazer sexual. Os homens sofrem com a perda da libido e observam
o aparecimento de mamas. “Em alguns casos, somente o procedimento cirúrgico é
capaz de reverter o quadro”, afirma Jomar Souza, presidente da Sociedade
Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Além disso, o
uso de anabolizantes provoca alterações na tolerância à glicose e que podem
desencadear quadros de diabetes em indivíduos predispostos;
- Pele com acne - O endocrinologista Tércio
Rocha explica que a ação anabólica causa hipertrofia também nas glândulas
sebáceas, responsáveis pela oleosidade natural da pele. "Quanto maior for
o uso de esteroides, maior será a oleosidade da pele e consequentemente as
chances de surgimento de acne", afirma;
-
Problemas de crescimento - "Em adolescentes, o excesso de testosterona
atrapalha o crescimento e acelera puberdade, prejudicando o seu
desenvolvimento", afirma o endocrinologista Filippo Pedrinolla. Durante a
década de 1950, essas substâncias foram estudadas como agentes promotoras de
crescimento, mas suas propriedades virilizantes tornaram o uso clínico
inviável.
FONTE: MINHA VIDA e BLOG DR DRAUZIO VARELLA