O aumento do teor
de açúcar no sangue, em decorrência da atuação dos hormônios durante a
gestação, gera consequências para a mãe e para o feto. Quadro exige
investigação constante
O
desenvolvimento de diabetes na gravidez pode ter razões que vão além das
alterações hormonais. Entre os motivos mais comuns estão redução ou eliminação
total da prática de atividades físicas e aumento de ingestão calórica.
Diagnóstico
Entre os
exames de rotina do pré-natal, são solicitados alguns específicos para o
rastreio da doença, desde a primeira consulta.
Se o resultado do primeiro exame for normal e a mulher não tiver fatores
de risco, a médica só deverá solicitar uma nova avaliação entre o quinto e
sétimo mês de gestação (da 24ª a 32ª semana). Caso o índice esteja limítrofe ,
a paciente será submetida ao teste de tolerância à glicose.
Fatores de risco
Antes mesmo dos exames iniciais, o obstetra
avaliará durante a consulta os seguintes fatores de risco:
- Ter histórico de diabetes na família, sobretudo entre parentes de
primeiro grau (pais, avós e irmãos);
- Ter IMC (índice de massa corpórea) pré-gestacional superior a 30;
- Ter mais de 25 anos;
- Ter diabetes dos tipos 1 e 2 (gravidez de alto risco);
- Ser portadora da síndrome dos ovários policísticos;
- Ser hipertensa ou estar com hipertensão durante a gravidez;
- Se, em gravidez anterior, o bebê nasceu com 4 kg ou mais;
- Se, em gravidez anterior, desenvolveu diabetes gestacional;
- Açúcar na urina na primeira consulta de pré-natal;
- Histórico pessoal de intolerância à glicose;
- Perdas anteriores de bebês durante a gestação, sem causa aparente, ou
nascimento de crianças com má formação, também sem causa aparente;
- Uso atual de medicações à base de corticoides;
A gestante
deverá controlar o perfil glicêmico e avaliar a necessidade de uso de insulina,
caso ainda não seja feito. O ideal é que, além do acompanhamento da obstetra, a
gestante faça consultas regulares a endocrinologista.
Tratamento
Uma dieta
orientada por uma nutricionista e a prática de atividades físicas acompanhadas
por um profissional capacitado, ambos sob o conhecimento da obstetra, são muito
importantes. Eventualmente, o uso de medicamentos poderá ser solicitado.
Para o
controle do nível de açúcar no sangue da paciente, são realizados testes com
regularidade e, muitas vezes, a internação hospitalar é necessária.
Riscos para o bebê
Os riscos
para o bebê no período gestacional e neonatal são altos e estão relacionados ao
início, à duração e à gravidade do quadro. O aumento do açúcar no sangue
materno no início da gravidez conduz à elevação das taxas de abortos
espontâneos.
Malformações
congênitas, prematuridade, problemas respiratórios e complicações metabólicas
como hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue do bebê) são os problemas
mais frequentes.
O parto
Se os
níveis do açúcar estiverem perto do normal e não houver outras complicações, o bebê
poderá nascer com nove meses e até mesmo de parto normal.
Prevenção
Depois de
dar à luz, a maioria das mulheres com diabetes gestacional volta ao seu nível
normal de glicemia. No entanto, quem teve a doença apresenta maior risco de
desenvolvimento de diabetes ao longo da vida e, por isso, é importante dar
continuidade ao acompanhamento médico.
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FONTE: MINHA VIDA