terça-feira, 8 de setembro de 2015

A importância da Fisioterapia Neurológica para quem recomeça a vida


   A Fisioterapia Neurológica ou neurofuncional atua nos transtornos que acometem o sistema nervoso central ou periférico, levando a distúrbios neurológicos, motores e cognitivos.  Seu principal objetivo é avaliar os déficits funcionais e, através de exercícios direcionados, restaurar funções como a coordenação motora, o equilíbrio, a força e os demais movimentos.

   Entre as causas mais comuns em que essa reabilitação é acionada estão: a paralisia cerebral, a esclerose múltipla, o acidente vascular encefálico (ou derrame cerebral, conhecido popularmente como AVC), o Mal de Parkinson e de Alzheimer, o traumatismo crânio encefálico decorrente de acidentes e os traumas em geral.

   Pessoas que tiveram AVC e ficaram hemiplégicas, isto é, com um dos lados do corpo paralisado, devem começar as sessões de fisioterapia ainda no hospital para trabalhar posicionamentos que estimulem o cérebro a reorganizar melhor as informações. Nesses casos, o trabalho fisioterápico busca ensinar movimentos que ajudem o paciente a ficar sentado ou em pé, a jogar o peso de um lado para o outro e a posicionar os ombros. Depois de alcançar a postura adequada, é iniciado o trabalho específico para reabilitação dos movimentos das extremidades (pernas e braços).

   O acompanhamento de um fisioterapeuta capacitado é imprescindível para que sejam fornecidas orientações corretas e esclarecidas ideias equivocadas e que são amplamente divulgadas. Um exemplo disso, e contrariando o que muitos dizem, é a noção de que esse paciente acometido por derrame e que apresente paralisia nas mãos deve apertar uma bolinha para viabilizar o relaxamento. O movimento feito com esse objeto favorece o fechamento manual, ou seja, o que se deve evitar.

   Nesses casos, o ideal é deixar a mão aberta de maneira funcional. Para isso, existem órteses aparentes que ajudam a colocar o membro em posição funcional, estimulando o cérebro até os movimentos voltarem progressivamente.

Como funciona
   A lesão neurológica dificulta o aprendizado e até mesmo a capacidade de entender uma ordem e atendê-la. Como o nível de compreensão varia de um paciente para o outro, o fisioterapeuta precisa considerar todos os aspectos clínicos, embora trabalhe especificamente a parte motora.

   As técnicas são aplicadas em pacientes que apresentam alguma alteração nos seus movimentos ou até mesmo paralisia de um ou mais membros do corpo. É comum este paciente apresentar alterações complexas de movimento e função.

   Para a reabilitação, a fisioterapia neurológica dispõe de vários métodos e recursos específicos, promovendo um tratamento global e individualizado. O paciente é estimulado de forma que consiga restabelecer suas funções acometidas ou reaprender e se adaptar  à sua nova condição, sempre mostrando seu potencial, o que muitas vezes é esquecido até mesmo pelo próprio paciente.
   A atividade atua na prevenção de deformidades e no desenvolvimento das funções preservadas. Assim, o objetivo final é proporcionar maior funcionalidade, independência e melhor qualidade de vida para os pacientes e seus familiares. Para que os parâmetros sejam suavizados ou normalizados, recursos como eletroestimulação, terapias manuais e simuladores de movimento são utilizados.

Os efeitos
   Os resultados ficam condicionados ao grau de acometimento da lesão. Não se pode garantir que a pessoa voltará a andar, porque isso dependerá da evolução de cada caso. Alguns conseguirão andar satisfatoriamente; outros, amparados por muletas ou bengalas e haverá os que necessitarão de cadeiras de rodas. Esses deverão ser orientados no sentido de desenvolver um nível de independência maior, apesar das sequelas. Hoje, se sabe que a reabilitação de pacientes adultos é possível por causa da plasticidade neuronal, isto é a capacidade que o cérebro tem de suprir a função perdida, valendo-se de outras áreas que não atuavam naquela função.

   Antigamente, achava-se que só as crianças tinham plasticidade neuronal, mas está provado que também os neurônios dos adultos podem estabelecer novas conexões, quando estimulados.

   Dessa maneira, utilizando somente a imagem de uma lesão neurológica, é impossível fechar um prognóstico da evolução do paciente. É preciso observar como ele, progressivamente, responde aos estímulos e, quando um deles deixa de surtir efeito, outros devem ser apresentados.

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