sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Os efeitos das Câmeras de Bronzeamento Artificial


   No Brasil, é comum observar em várias pessoas o desejo de manter os efeitos do verão o ano inteiro e, mesmo quem não pode ir à praia, dispõe de muitas alternativas no mercado. Uma das soluções mais comuns é o bronzeamento artificial.

   Antes de tudo, cabe esclarecer que o bronzeamento é uma reação de defesa do organismo contra a agressão provocada pela radiação e que, portanto, não consiste numa ação saudável. Dessa maneira, dermatologistas sempre recomendaram cautela na exposição aos raios do sol e o uso de protetor diariamente.

   Durante muito tempo, o raio ultravioleta B (UVB) foi considerado o único vilão nos banhos de sol. Responsável por queimaduras, vermelhidão e sensação de ardência na pele no dia seguinte, a radiação UVB é, também, cancerígena. Esse risco impulsionou o aparecimento de máquinas que prometiam resguardar a segurança dos seus ‘banhistas’, ao bronzear pela intensa emissão de raio ultravioleta A (UVA).
 Nas câmaras de bronzeamento, a radiação de UVA estimula a produção de melanina e, consequentemente, a pigmentação que confere o aspecto bronzeado à pele. O procedimento não deixa a pele ardida ou descascada depois de um tempo, o que pode camuflar sua intensidade: a emissão concentrada dos raios UVA do equipamento tem entre duas a três vezes mais poder de penetração na pele que a luz solar.
   De acordo com a dermatologista Meire Brasil Parada, colaboradora da Unidade de Cosmiatria da Unifesp (SP), permanecer por 10 minutos em uma câmara de bronzeamento artificial é equivalente a 50 minutos de exposição ao sol, no horário mais intenso de um dia quente.
   A popularidade do procedimento era notável quando pesquisas revelaram que os raios UVA também podem desencadear tumores, além de acelerar o envelhecimento da pele. Diante dessa descoberta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu o uso das câmaras de bronzeamento artificial em 2009.

   Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição às lâmpadas UVA aumenta em 75% os riscos do desenvolvimento de melanoma, tipo mais grave de câncer de pele. A luz intensa atrofia as células, diminui a hidratação da pele e intensifica a perda de água, além de danificar o colágeno (substância que garante a elasticidade e o tônus do tecido), levando ao aparecimento de rugas precoces.

   Os riscos são ainda maiores quando o filtro solar é deixado de lado ou quando duração do procedimento é longa. Um teste para determinar o tempo de exposição à luz, chamado DEM (Dose Eritematosa Mínima), verifica a quantidade de radiação necessária para a pele atingir o tom bronzeado; no entanto, como os equipamentos não são regulamentados, não há controle em sua fabricação e tampouco garantia de segurança.

  A ausência de proteção ocular adequada na exposição à radiação ultravioleta pode provocar ceratite, pterígio, além de catarata e envelhecimento do epitélio da retina precoces. Medicações tópicas, perfumes, frutas e vegetais fotossensibilizantes (ativados com a luz do sol) também requerem atenção, uma vez que podem provocar reações como queimaduras e marcas permanentes.


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