No Brasil, é comum observar em várias
pessoas o desejo de manter os efeitos do verão o ano inteiro e, mesmo quem não
pode ir à praia, dispõe de muitas alternativas no mercado. Uma das soluções
mais comuns é o bronzeamento artificial.
Antes de tudo, cabe esclarecer que o
bronzeamento é uma reação de defesa do organismo contra a agressão provocada
pela radiação e que, portanto, não consiste numa ação saudável. Dessa maneira,
dermatologistas sempre recomendaram cautela na exposição aos raios do sol e o uso
de protetor diariamente.
Durante muito tempo, o raio ultravioleta B
(UVB) foi considerado o único vilão nos banhos de sol. Responsável por
queimaduras, vermelhidão e sensação de ardência na pele no dia seguinte, a
radiação UVB é, também, cancerígena. Esse risco impulsionou o aparecimento de
máquinas que prometiam resguardar a segurança dos seus ‘banhistas’, ao bronzear
pela intensa emissão de raio ultravioleta A (UVA).
Nas câmaras de bronzeamento, a radiação de
UVA estimula a produção de melanina e, consequentemente, a pigmentação que confere o aspecto bronzeado à pele. O
procedimento não deixa a pele ardida ou descascada depois de um tempo, o que
pode camuflar sua intensidade: a emissão concentrada dos raios UVA do
equipamento tem entre duas a três vezes mais poder de penetração na pele que a
luz solar.
De acordo com a dermatologista Meire Brasil
Parada, colaboradora da Unidade de Cosmiatria da Unifesp (SP), permanecer por
10 minutos em uma câmara de bronzeamento artificial é equivalente a 50 minutos
de exposição ao sol, no horário mais intenso de um dia quente.
A popularidade do procedimento era notável
quando pesquisas revelaram que os raios UVA também podem desencadear tumores,
além de acelerar o envelhecimento da pele. Diante dessa descoberta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu o
uso das câmaras de bronzeamento artificial em 2009.
Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), a exposição às lâmpadas UVA aumenta em 75% os riscos do desenvolvimento
de melanoma, tipo mais grave de câncer de pele. A luz intensa atrofia as
células, diminui a hidratação da
pele e intensifica a perda de água, além de danificar o colágeno (substância
que garante a elasticidade e o tônus do tecido), levando ao aparecimento de
rugas precoces.
Os riscos são ainda maiores quando o filtro solar é deixado de
lado ou quando duração do procedimento é longa. Um teste para determinar o
tempo de exposição à luz, chamado DEM (Dose Eritematosa Mínima), verifica a
quantidade de radiação necessária para a pele atingir o tom bronzeado; no
entanto, como os equipamentos não são regulamentados, não há controle em sua
fabricação e tampouco garantia de segurança.
A ausência de
proteção ocular adequada na exposição à radiação ultravioleta pode provocar
ceratite, pterígio, além de catarata e envelhecimento do epitélio da retina
precoces. Medicações tópicas, perfumes, frutas e vegetais fotossensibilizantes
(ativados com a luz do sol) também requerem atenção, uma vez que podem provocar
reações como queimaduras e marcas permanentes.
FONTE: MINHA VIDA e BOASAÚDE
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